Apesar de contrariar um pouco o nosso querido tio Carlos (hehe), posto hoje aqui uma crônica de uma mulher que eu admiro muito e que realmente tem o dom da escrita. Constantemente, me vejo nos seus textos, muitas vezes em todas as linhas. Então, se me permitem, aí vai uma ótima leitura de Martha Medeiros. Não deixem de apreciar.
P.S.: Amanhã é meu aniversário (20.11)! Um dia muito feliz pra mim!
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Explosões
'Não tenho nada a ver com explosões', diz um verso de Sylvia Plath. Eu li como se tivesse sido escrito por mim. Também não faço muito barulho,ainda que seja no silêncio que nos arrebentamos.
Tampouco tenho a ver com o espaço sideral, com galáxias... Preciso estar firmemente pousada sobre algo - ou alguém. Abraços me seguram. E eu me agarro. Tenho medo da falta de gravidade: solta demais me perco, não vôo senão em sonhos.
Não tenho nada a ver com o mato, com o meio da selva, com raízes que brotam do chão e me fazem tropeçar, cair com o rosto sobre folhas e gravetos feito uma fugitiva dos contos de fada, a saia rasgando pelo caminho, a sensação de ser perseguida...
Não me sinto à vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. Prefiro praia, campo aberto, horizonte, espaço pra correr em linha reta. Ou para permanecer sem susto. Não me envolvo com o que não me envolve. Se é caso sério eu me dôo, se é bobagem eu me abstenho.
Não tenho nada a ver com cenas de comerciais de TV, sou um filme sueco, uma comédia britânica, um erro de adaptação, um personagem que esquece a fala...
Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.
Não tenho nada a ver com o mato, com o meio da selva, com raízes que brotam do chão e me fazem tropeçar, cair com o rosto sobre folhas e gravetos feito uma fugitiva dos contos de fada, a saia rasgando pelo caminho, a sensação de ser perseguida...
Não me sinto à vontade onde o sol tem dificuldade de entrar. Prefiro praia, campo aberto, horizonte, espaço pra correr em linha reta. Ou para permanecer sem susto. Não me envolvo com o que não me envolve. Se é caso sério eu me dôo, se é bobagem eu me abstenho.
Não tenho nada a ver com cenas de comerciais de TV, sou um filme sueco, uma comédia britânica, um erro de adaptação, um personagem que esquece a fala...
Nada tenho a ver com não gostar de mim. Me aceito impura, me gosto com pecados, e há muito me perdoei.
Meu mundo se resume a palavras que me perfuram, a canções que me comovem, a paixões que já nem lembro, a perguntas sem respostas, a respostas que não me servem, à constante perseguição do que ainda não sei.
Meu mundo se resume ao encontro do que é terra e fogo dentro de mim, onde não me enxergo, mas me sinto.
Minto. Tenho tudo a ver com explosões.
(Martha Medeiros)
Minto. Tenho tudo a ver com explosões.
(Martha Medeiros)
Eu é que te contrario, agora, dizendo que não me sinto contrariado. O texto é bom, mas insisto em dizer, que eu sinto em quase tudo o que ela escreve, um cheirinho de auto ajuda, nem sei bem localizar, além de que ela, de tããão verdadeira, acaba ficando um pouco falsa. Mas isso, não é um julgamento muito menos uma sentença. Únicamente um ponto de vista pessoal.
ResponderExcluirO que eu mais gostei no texto, foi a citação da Poeta e escritora, americana, Sylvia Plath, que eu adoro, que ao demonstrar uma paixão insuportável, pela vida, acabou interropendo-a de forma trágica.
Abs
Tio Carlos
Cada vez que me cai em mãos textos assim,
ResponderExcluirpenso:" eu não poderia ter ficado sem lê-lo..."
e, agradeço aos meus queridos que me incentivaram e me incentivam a ter esse blog, para isso que ele existe, e por isso vou continuar a tê-lo!!
Amor