sábado, 22 de dezembro de 2012

Uma pequena homenagem...


" A maior parte do tempo me vejo como alguém em descompasso com o presente alheio. Nem sempre o que me interessa e ocupa é o mesmo que preocupa as pessoas mais próximas no momento.Isto provoca desencontros freqüentes, arestas difíceis de aparar. Mas não sei como me definir deste ou daquele jeito. Ficariam faltando muitos “eus” que não conheço, que ainda não encontrei. Não vejo nada de extraordinário nisto, suponho que aconteça com todos. Para alguns, os obstáculos são maiores ou menores, mais ou menos duradouros; os objetivos, mais ou menos definidos. Não separo a artista da pessoa. Sou toda um mesmo nó – minha escolha é pintar, não saberia como ser de outro modo. Aparentemente fiz e faço muitas outras coisas, na verdade, todas partes de uma só, a pintura. Tudo o que quero neste momento é pintar e tenho dificuldade em compreender por que é preciso falar tanto sobre uma linguagem que não pertence ao mundo da palavra" .

Maria Lídia Magliani

terça-feira, 27 de novembro de 2012

...

Sonhos? Quem sois que sóis apaga...
Água, vertente insana de olhos vazios
impuros, enfraquecidos.
Sonhos? Quem sois?
Promessas vestidas de ouro,
o ouro de sua louca e gentil irmã,
A Esperança.
Caem a teus pés os desavisados,
os impúberes de pensamento,
os que creem.
Afasta-te de mim!
Hoje quero a música, alta estridente,
levando embora teu sutil encantamento.


Francisca Inês






sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um desabafo

"Yo soy aquella mujer que escaló la montaña de
 la vida removiendo piedras y plantando flores."
                                                Cora Coralina

É difícil falar de amor...
Estamos acostumados a mascarar nossos sentimentos.
Se amamos, nos tornamos frágeis, somos usurpados de
nossa dignidade, como  se o ato de  amar nos tornasse
hipócritas, levianos...ou patéticos.
Nunca entendi essa reação do humano...
A estupidez tem lugar privilegiado, a grosseria tem status
de "verdade", e a máscara adere à face infeliz...
Não entendo, mesmo, o ser humano...
Mas, na vida, nada  é de fácil entendimento.
Minhas  verdades estão  abertas,  inacabadas, circulam
com tranquilidade pelas dúvidas, pelas incertezas...
Nem sempre removo pedras... às vezes... as atiro.
Nem sempre escalo a montanha...
Mas  planto flores...ah! planto flores...
E, sem qualquer preocupação em parecer patética, hipócrita
ou sei lá mais o quê...continuo a falar de amor.

domingo, 23 de setembro de 2012

Introspecção...

Leio que:
"Introspecção é o ato pelo qual alguém observa os conteúdos de seus
próprios estados mentais, tomando consciência deles."
"...observação que a  pessoa faz  do seu  interior, dos seus conceitos ,
valores e sentimentos."
E, mais adiante:
"...os psicólogos experimentalistas julgam irrealizável a  introspecção ,
nesta  acepção,  não obstante admitem  a   introspecção   provocada,
método que consiste em submeter uma pessoa a estimulações definidas
que reclamam resposta imediata..."
Penso:
Por que temos tanta dificuldade em olharmos para nós mesmos?
Por que esta  mesma dificuldade não se  apresenta,  quando o alvo da
nossa visão é o outro?
Com facilidade, pensamos saber, o que o outro sente, pensa, acredita e
julgamos suas ações, sentimentos, valores, com tantas certezas...
Vejo muitas pessoas se dizendo "livro aberto"...
Se somos um " livro aberto", será que paramos alguma vez  para lermos,
realmente, o que está escrito neste livro?

Para mim, introspecção é quando a nossa consciência perde o medo e cria
coragem...coragem para se olhar no espelho.




Meus queridos, sei que temos que colocar os créditos das "", mas realmente
não lembro onde li...espero que os autores sintam-se creditados.




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Dalai Lama

".... Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."

"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."


Muitas vezes, pensamos tanto, tanto, que esquecemos de pensar no que realmente é importante!
Pense nisso...

Bom fim de semana a todos
fatima

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pesadelo Urbano

"Socialismo ou barbárie”...vaticinou o velho Karl Marx e não sem razão.
De todos os bolsões de miséria que existem no Brasil, o que se vê na cidade de São Paulo (não por acaso a que concentra a maior parte da riqueza do país), pra mim é o mais chocante de todos.
Uma imensa ferida aberta no meio da pátria amada, idolatrada, salve... salve-se quem puder!
Era uma manhã ensolarada de domingo, do mês de abril deste ano. Eu estava lá,  caminhando de Santa Cecília, em direção a Campos Elíseos e ao cruzar em baixo do viaduto do minhocão, deparei-me com um quadro, diria, digno de um “mundo cão”: um número expressivo de tão desumanizados seres.  Muitos!   Uns dormindo ainda, outros acordando, embaixo daquele imenso e sombrio viaduto.
A grande maioria, de viciados em crack e conhecidos como “Nóias”, que haviam ocupado aquele local já fazia alguns dias, depois de fugir da região próxima dali e conhecida como cracolândia, onde a governo da cidade de São Paulo, com sua política higienista, tentava colocar alguma” ordem”.
UM HORROR???... é pouco, muito pouco!! Jovens, meninos, meninas, travestis, prostitutas, mendigos, em meio ao lixo, a um monte de trapos, dejetos, objetos, caixas de papelão, colchões e foguinhos improvisados.
 Refugiados de guerra, miséria humana é pouco!
Horrorizado, saí dali com a sensação de ter levado um soco no estômago e logo adiante, ainda embaixo do Viaduto, avistei uma carro da Polícia, novíssimo em folha, parado, cheio de luzes piscando e um grupo de pessoas em volta. Aproximei-me pra ver o que estava acontecendo: era uma senhora, humildemente vestida, empurrando um carrinho de ambulante improvisado e que, com forte sotaque nordestino e com os olhos cheios de lágrimas, a voz embargada, tentava, em tom de súplica, oferecer a dois policiais, uma das fatias de bolo de fubá, que estava vendendo e com isso convencê-los a provar e constatar que era limpo, gostoso, porque recém feito e por ela.  
Os dois enormes homens “mantenedores da higiene, limpeza e ordem”, muito bem vestidos e investidos de toda sua autoridade, sem a menor piedade, respeito então, nem se fala, ao contrário, proferindo palavras de intimidação, ameaça e humilhação, jogaram o bolo todo, dentro de um saco de lixo, que um deles segurava nas mãos, aberto.
Sem nenhum exagero, esse era o quadro. E foi a gota que faltava pra que eu, num surto de indignação e desespero mais do que gritar, berrasse: ”EU NÃO ACREDITO NO QUE EU ESTOU VENDO!!!” As pessoas viraram-se pra mim e os dois policiais, também e me encararam, falando grosso, munidos de todo seu autoritarismo:” O senhor toma cuidado com as palavras que vai usar”. Intimidado, num tom mais baixo, desacorçoado e arrasado, eu olhei bem pra eles, dizendo: “Eu não quero acreditar no que eu estou vendo” e tonto, saí dali, pra encontrar, logo adiante, grafitadas por artistas de rua e   em letras grandes, num dos pilares do viaduto, as palavras acima, que fotografei para melhor ilustrar esta crônica. 
Mas não tem nada não... mesmo sem ter  um violão...  enquanto pessoas, caminhões, carros, carrões bicicletas, motos... serras, malufes, kassabs, Opus Dei, mesquitas,frias, passavam por cima e por baixo do minhocão, absolutamente indiferentes ao “refugo humano” de um modelo de sociedade ou sistema pra lá de falido, ali “deitados em berço esplêndido”, expostos entre os pilares do viaduto, eu segui andando.
Porque, afinal, tinha sol, era domingo e enquanto não chegava a hora do timão entrar em campo, ou do Domingão do Faustão... o povo na rua, “bem animado”. Uns em volta do churrasquinho de gato, jovens bombados , homens mamados, mulheres frutas, aproveitavam o som da marcha “alegre” que se espalhava na avenida, pra segurar o tchan, dançando tchu tchu tchu, o tcha tcha tcha, no rebolation, na calcinha preta, matando o papai, baixando a bundinha, baixando a popancinha..., tomando todas,  no chupa toda, botando tudão, na boquinha da garrafa, na veia...chupa eu, chupa eu...créu!!!
Meu deus!!! ...E você é brasileiro?
 ...AAAAAh se eu te pego!!! E eu falo sério!


Carlos Grassioli

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Silenciar

Quantas vezes pensamos em sair de cena, silenciar,
deixar acontecer...
Cansados, percebemos o quanto é inócuo tentar entender,
tentar viver num mundo que nos assusta, que nos corrompe.
Manipulados por verdades inquestionáveis, vamos nos moldando
a pressões inquisidoras...
Sentimentos de solidão, de vazio, de "causa perdida" são 
frequentes em nossa mente abarrotada de informações.
E, nos sentimos sós...como nos sentimos sós.
Passamos, muitas vezes,  a viver como se não estivéssemos mais aqui,
como se nosso corpo permanecesse no espaço real, enquanto nossa 
mente, sonhadora carente, peregrina pelo espaço irreal.
Nossa submissão sem questionar assusta, irrompe nossa alma impúbere,
denigre nossa mente livre.
Até onde poderemos deixar simplesmente acontecer sem macular nossa
essência humana?
Frente à violência, que presenciamos, até onde continuaremos humanos e
racionais? qual será o nosso limite?

Há o tempo de silenciar, de sair de cena...
Há o tempo de pensar, de questionar para poder voltar.

Fatima

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Omissão...

As pessoas que hoje acreditam e lutam por um mundo melhor,
um mundo  mais digno, muitas  vezes são  comparadas a um
passarinho que leva no bico uma gota d'água para apagar um
incêndio na floresta.
Mas alguns conseguem apagar o fogo, talvez porque..."no bico
da coragem caiba mais água  do que sempre pretenderam que 
acreditássemos."

Talvez, seja hora de deixarmos a omissão para trás, talvez seja hora de
deixarmos os blábláblás inócuos e sem sentido de nossos face e emails,
que podem ter existência no mundo virtual, mas totalmente sem sentido 
no mundo real...
Nossa ação, nossa reação, nosso agir farão a diferença...e nada mais.



Fatima



quarta-feira, 21 de março de 2012

Rilke

Apenas para movimentar um pouco o blog, transcrevo uma parte de um livro que eu gosto muito. Espero que vcs tbm gostem!

"(...) e eu gostaria de lhe pedir da melhor maneira que posso, meu caro, para ter paciência em relação a tudo que não está resolvido em seu coração. Peço-lhe que tente ter amor pelas próprias perguntas, como quartos fechados e como livros escritos em uma língua estrangeira.  Não investigue agora as respostas que não lhe podem ser dadas, porque não poderia vivê-las. E é disto que se trata, de viver tudo. Viva agora as perguntas. Talvez passe, gradativamente, em um belo dia, sem perceber, a viver as respostas." Cartas a um jovem poeta - Rilke. 

Beijos,
Pati

quarta-feira, 7 de março de 2012

Repassando...

 Estou vazia de palavras...
 Assim, repasso o que recebo com carinho.
            
Sou feita de estrelas derretidas
misturadas com suco de infinito,
Sou mais leve que um átomo
no mar de uma lágrima,
Alfabetos de auroras
adornam meus cabelos,
um manto de talento
envolve minhas formas.
Minhas mãos molhadas de mistérios,
vão atando o tempo com os fios
da lenda e os nos da poesia.
Trago em mim a imensa tristeza
de não saber meu fim
nem meu princípio.
E enquanto meus sonhos
desfalecem na pira do silêncio,
com a agulha fina de uma regato,
pesponto de seda  e prata
esta canção . ..

                 Chiang Sing - pseudônimo de Glycia M. de Arroxellas Galvão (1924-2002)
                                       

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Há muitos anos atrás, lendo um livro de crônicas  de  Paulo Mendes Campos, em Paris, registrei essa pérola que ele escreveu sobre o que  falou à sua filha Maria,  ao lhe dar o livro  Alice no País das Maravilhas .

Guardo sempre  comigo,  como um bem muito precioso  e decidi compartilhá-lo contigo,  querida sobrinha. Com certeza,  vai  enriquecer teu blog.

Com todo o carinho do teu  Tio Carlos.



“ Toda pessoa deve ter  3 caixas para guardar humor: Uma grande para o humor mais ou menos barato que gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa  ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma , para rires de ti mesma;  por fim, uma caixa preciosa, muito escondida , para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de sofrimento ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas  ou muito bacanas. Cuidado Maria com as grandes ocasiões. Ás vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não sair dela. A dor também tem  o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado.  Por isso Alice depois de ter chorado um lago, pensava: “ agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lagrimas.”

Conclusão : A própria dor tem sua medida. É feio, é imodesto, é vão.  É perigoso ultrapassar a fronteira da nossa dor

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nós Precisamos Fazer Alguma Coisa!

Todo ano tem enchente. Eu duvido que, em um ano, com os milhões que são investidos
para isso, não tenha como se prevenir as enchentes. Não se tenha como construir uma
represa.   Não tenha como criar um  sistema de escoamento, retirar as  famílias desses
locais. QUALQUER COISA!

É claro que tem. É CLARO que o dinheiro não está sendo usado  nisso. TODO MUNDO 
sabe disso.

Acontece que nas enchente só morrem pobres. A política não está nem aí  para o pobre. 
Aos olhos do governo, o pobre só serve para ter seu voto comprado.

Outro fato, há 10 anos tentam duplicar a BR 101 do RS- SC. TODO ANO fica-se 4 horas
na estrada para fazer 5 km de Tubarão a  Laguna porque  o filho de algum  político  usou 
dinheiro para andar de Ferrari. Eu sei disso. Você sabe. Novamente, todo mundo sabe.

Paga-se  mil impostos para as estradas,   MAIS PEDÁGIO,  e o governo não consegue 
acabar uma obra em menos de 20 anos.

A corrupção é um  veneno injetado na nascente. Depois dela, nada mais funciona.  Ela é
causa da falta de estrutura,  do salário baixo dos  professores e da  polícia,  da  fome e
da miséria, do sistema de  saúde falido, do desemprego,  das enchentes citadas, da falta
de estrutura no trânsito e de todos os problemas que reclamamos no  dia a dia.

Eu apoio o combate à corrupção e acho que essa ideia não pode morrer.

NÓS PRECISAMOS FAZER ALGUMA COISA!

Abraço!

Tiago

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2012

Não desejo mudanças...nem grandes transformações!
Desejo o simples caminhar, um sorriso aberto, um olhar que brinca.
Desejo sonhos feitos, vida comum, alegria do amor.
Não vou me levar a sério...só um pouquinho!
Não vou me deixar levar, como folha perdida, pois sei aonde quero chegar!
Desejo ao mundo um ano simples, como simples é a vida, o querer, o amor...