terça-feira, 31 de agosto de 2010

Catando pedras..

... é a conclusão de um livro de jardinagem, edição de 1974 (portanto vai com a grafia portuguesa da época), o título original é: Le Jardin de Fleurs en 10 leçons
                                                  de Maurice Fleurent.

     " Esta obra é incompletíssima. Os leitores que desejarem saber  tudo poderão pedir licença para consultar, além das obras que aconselhamos, os 12000 volumes que a Sociedade Nacional de Horticultura de França conserva na sua biblioteca...Mas mesmo assim ficariam apenas com o conhecimento imperfeito dos trabalhos de jardinagem, os quais exigem imperiosamente uma experiência e uma presença atentas.Outro tanto acontece, sem  excepção, com todos os empreendimentos humanos. Observar, comparar, descobrir, reflectir, criar, decidir, escolher são o destino comum de todos os jardineiros. Poderão então dizer com algum orgulho - não sorria! - estes são os meus delfínios ou os meus enxertos de forsythia. Os jardineiros são os últimos aventureiros do mundo moderno, simultaneamente os mais ambiciosos e os mais modestos. Ambiciosos porque o seu propósito consiste em submeter a natureza às suas exigências, orientá-la e controlá-la. Modestos porque sabem por experiência própria a fragilidade dos seus cometimentos, expostos constantemente aos caprichos da sorte e do céu!...
      E os jardineiros figuram também entre os amáveis e verdadeiros filósofos. Aceitam e buscam as inúmeras dificuldades da luta que travam com o reino vegetal, onde todos - ricos e pobres - estão sujeitos às mesmas servidões e expostos às mesmas surpresas, onde todo o seu saber e toda a sua relativa autoridade profissional ou social não servem para absolutamente nada. É essa a grande lição da jardinagem! Não é verdade que estamos longe da ideia que cada um tinha a tal respeito?..."



Cato, acho e posto para vcs!!!
amor

Falando de amor...

      "Ainda que eu falasse as linguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que
       soa ou como o sino que tine.
        E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda
        que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes e não tivesse amor, nada seria."
        ( aos coríntios,13)

     

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"alma pensante"...(obrigada T.C.)

Perguntado, pelo principe Leonte, qual era a natureza de sua "sabedoria", Pitágoras (em 580-500 a.c.) respondera: sou apenas um filósofo. Com essa resposta, ele desejava esclarecer que não tinha a posse da sabedoria, assumia a posição de ser apenas, um "amante do saber"...
Pitágoras intitulou-se filósofo, em contrapartida ao termo "sábio"...
Muitas vezes me pergunto, porque a filosofia, fugiu, com o passar do tempo de seu significado etimológico??
Muitas vezes a vejo nas mãos de intelectuais, ou pseudo-intelectuais, que adonados de "verdades", conceitos  (ou seriam preconceitos?), tentam enquadrá-la em suas enrustidas posições de "sábios', em patamares inatingíveis, ou atingíveis somente por suas mentes avantajadas (??).
"Amar o saber", carece de desmistificação, é um dom ou um direito, pertencente a  todo o ser humano pensante...que somos...!!
É esse o objetivo primeiro desse blog...pensar sem vergonhas, sem medo de ir ao encontro de tabus, mitos ou "verdades"... sermos realmente, "animus" pensantes, "almas pensantes"...

"Posso não concordar com o que dizes,
mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo." (Voltaite)

 Amor
Fátima

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A igualdade dentro da hierarquia (autoria de Carlos Grassioli)

Falando em Nietzsche: "Como é agradável ouvir palavras e sons! Não serão as palavras e os sons os arco-íris e as pontes ilusórias entre as coisas eternamente separadas?"( Assim falava Zaratustra)

Caríssimas “almas pensantes”, ( em português também ficou bonito não?) todo o movimento ou gesto, que venha contribuir para preencher ou pelos menos diminuir os espaços , muitas vezes, abismos, que os tempos modernos insistem em criar entre as pessoas, priorizando a máxima perversa, “ eu cuido de mim e o resto que sifu”, é merecedor de aplausos.

Então tô nessa!

Hoje, vou contribuir com um pequeno trecho, que considero bem oportuno para o blog, sobre a questão da igualdade dentro da hierarquia, de um surpreendente livro, escrito por um maestro, que faz uma brilhante abordagem filosófica sobre a relação que a música tem com nossas vidas .

Leiam com calma e atenção...como se fosse música.

Porque pra mim, é música. Bom Proveito!

O movimento lento da sonata Patética de Beethoven abre com uma melodia relativamente simples. No entanto, quando o analisamos de perto, vemos que há uma voz principal que tece seu caminho através de todo o trecho e uma linha de baixo secundária que a acompanha, no melhor sentido da palavra - não simplesmente seguindo-a, mas subindo quando a melodia cai e vice-versa -, desse modo, conversando e influenciado-se mutuamente. Ao mesmo tempo, há uma voz mediana que proporciona uma sensação de continuidade e fluidez.

No último prelúdio do livro 1 de O Cravo bem temperado, de Bach, existem três vozes diferentes, cada uma disputando nossa atenção em momentos diferentes. As duas vozes superiores são igualmente importantes e seguras da sua importância, permitindo-lhes um diálogo entre iguais. A linha de baixo tem um movimento lento, contínuo, que possui uma função melódica muito menos importante, mas é capaz de influenciar o diálogo de duas vozes superiores por meio de mudanças harmônicas que forçam as vozes principais a estarem constantemente vigilantes.

Mesmo nas árias líricas de Bellini, Donizetti ou Verdi, nas quais fica claro que existe apenas uma voz principal cantando no palco e a orquestra meramente fornece o acompanhamento, é evidente que esse acompanhamento desempenha uma importante função rítmica e harmônica, influenciando e caracterizando claramente a linha da canção.

A hierarquia que existe em toda a música respeita a individualidade de cada voz, que pode não ter os mesmos direitos mas, certamente, tem a mesma responsabilidade como todas as outras vozes. Isso, naturalmente, é muito mais fácil de alcançar na música do que na vida; como é difícil criar, no mundo, igualdade dentro da hierarquia."
(Do Livro,” A música Desperta o Tempo” do Maestro de origem judaica - Daniel Barenboin que junto com um intelectual palestino, tiveram a idéia genial e ousada, de criar uma orquestra de jovens músicos árabes e israelenses e que viajou pelo mundo todo, fazendo o maior sucesso)

Carlos Grassioli

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

JURISQUISITO 2 - "As esquisitices da maioridade"

Antes de relatar as esquisitices da maioridade no Brasil, vou tentar explicar, em poucas palavras, como isso funciona.
Toda pessoa que nasce com vida tem personalidade e capacidade de DIREITO, que é aquela capacidade, por exemplo, de ser proprietário de algo. Acontece que até os 16 anos essa pessoa precisa ser REPRESENTADA por alguém para praticar os atos da vida civil, como comprar e vender imóveis, por exemplo, e dos 16 aos 18 anos ela também precisa de outra pessoa, porém, como nessa idade a pessoa é considerada RELATIVAMENTE INCAPAZ, ela não precisa ser REPRESENTADA, e sim, ASSISTIDA por outro. Isto traz, em tese, algumas diferenças, porém na prática são pouco visíveis.

Ok, agora vamos ao que interessa. Olha só esse artigo do Código Civil:

Art. 5o Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

Levanta a mão quem já viu menor de 18 anos se formar.

Tá tá, alguém já deve até ter ouvido falar, mas que negócio estranho esse, e tem mais, esse artigo é pra quem? garotos prodígios?
Eu sei, eu sei, a lei se resguarda, muitas vezes, de situações hipotéticas, pois CASO elas aconteçam, já estava previsto, mas ficou estranho isso aí, ou não?

Agora pasmem com essa:
II - pelo casamento;

PELO CASAMENTO? A pessoa se casa com menos de 18 anos e é considerada CAPAZ? Quem mundo é esse? Essa pessoa deveria era ser considerada INCAPAZ pelo resto da vida isso sim!!
A pessoa não sabe nada de nada e já casou? mas vai dormir maluco!

pausa pra risadinha (hehehe).

Bom, vamos voltar ao texto porque tem mais. Vocês já notaram que em 99% dos roubos, assaltos, homicídios, etc., tem um menor envolvido? e todo mundo, INCLUSIVE ELE, culpam o menor. Parece aquela frase dos irmãos mais novos: "Sempre a culpa é do menor".

Pois é, isso acontece porque, em 2010, quando os garotos de 17 anos tem mais experiência sexual que uma pessoa de 40, sabem tudo de internet, desmontam celulares e computadores, falam inglês, etc. "não sabem o que estão fazendo quando apontam uma arma na tua cabeça".

Popará amigo, um garoto de 17 anos hoje é o cara de 30 da geração passada, ninguém percebeu isso ainda?

Aliás, todo mundo percebeu, mas o Direito é lento, e alguns defendem que deve mesmo ser assim, a fim de não serem cometidas injustiças pela precipitação.

Tá bom, enquanto for assim eu vou ter muito sobre o que escrever!

Abração e até a próxima!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Livros e escritores

Olá pessoal! Eu, como boa nora que sou, também vou colaborar com esse  blog super interessante - do meu jeito, é claro. A maioria das vezes que eu escrever aqui será para falar de escritores e livros (de todos os tipos) além de opinar nas postagens de outros colaboradores. Com o tempo, escreverei outros assuntos, um pouco mais polêmicos (todo mundo sabe que eu adoro uma polêmica) desses que fazem a alegria da mídia sensacionalista brasileira...mas, é tãão legal né? 

Enfim, começo hoje com uma breve síntese de um filósofo muito especial para mim: Friedrich Nietzsche. Um filósofo muito controverso: querido por muitos, mas odiado por outros tantos. Nietzsche era alemão, descendente de família cristã, e até pensou em seguir o caminhos dos pais e avós. Porém, quando da morte de seu pai, Nietzsche muda de cidade com sua mãe, aonde ganha uma bolsa de estudos para uma famosa faculdade da época, e assim começa a se distanciar do cristianismo, influenciado por alguns professores. Até então, Nietzsche não tinha interesse em filosofia, o que muda quando Nietzsche começa ler Schopenhauer: ele passa a "viver de filofosia", influenciado pelas idéias contrárias ao Cristianismo, e assim lança uma de sua obra mais expressivas - O Anticristo.  
           
E assim inicia-se a Era Nietzschiana, com muitas "filosofadas" no caminho. Para mim,  Nietzsche era um homem brilhante, muito a frente de seu tempo. Combatia a imposição do Cristianismo com unhas e dentes, lutava com os preconceitos da época, afirmando que as pessoas não podem - e não devem - se esconder atrás de religião e política. Friedrich Nietzsche queria desmacarar essas pessoas: queria uma vida com a realidade à mostra e, sobretudo, queria dar igualdade aos iguais. 

"Quanto mais me elevo, menor eu pareço aos olhos de quem não sabe voar." Friedrich Nietzsche

Até a próxima!  :)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

JURISQUISITO

Iae pessoal, beleza?

Seguinte, de tempos em tempos escreverei aqui sobre curiosidades do Direito, ou melhor, coisas legais e esquisitas que eu encontrar enquanto estudo ou trabalho, e também darei algumas dicas que penso serem importantes principalmente para quem não é da área ficar por dentro dos seus direitos.

Bom como o blog está no começo, provavelmente quem vai ler isso será minha mãe, OI MÃÃE, minha irmã, bjo mana, minha namorada, te amo amor e minha sogrinha, bjo sogra! Mas já é um público considerável não? :)

Bueno, de revesgueio (nossa puxei do fundo da alma essa) já começo com uma curiosidade bem conhecida pelos estudantes do Direito, a do motivo torpe no homicídio, explico:

A grosso modo, se alguém sair na rua e matar a primeira pessoa que encontrar na frente, sem motivo algum, ela responderá por homicídio simples. Porém se ela matar uma pessoa porque mexeu com sua namorada, por exemplo, responderá por homicídio qualificado por motivo torpe, onde a pena será maior, ou seja, para o Direito é "melhor" que você mate alguém sem motivo algum, do que por um motivo besta! É esquisito ou não é?

Bom, esse foi o primeiro JURISQUISITO do blog galera, quem gostou marca aí embaixo como interessante, legal ou engraçado, quem não gostou muito marca também, pra motivar o autor para a próxima hehe!

Um abração e até mais!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

 

"O Direito se conquista, por isso a nossa luta."

Fatima Camargo Alegretti