Houve um tempo em que eu não queria mais ouvir, ver, sentir. Tempo em que o mundo me pareceu totalmente inadequado, ou ele, ou eu!
Fiquei tateando o universo, cega, surda, absolutamente dormente de meus sentidos...
Conheci o vácuo, a aspereza de se estar aqui e ter que ficar!
Estava cheia de "verdades", de certezas, de imutabilidade.
Somos formados assim!
Nas escolas, nossa alfabetização é direcionada a moldar. Aprendemos, principalmente, a sermos massa fácil de se moldar...
Muito mais fácil para quem molda, nossos professores e, muito mais cômodo para nós, os moldados.
Na faculdade, direcionada a transmitir "verdades imutáveis" e principalmente, inquestionáveis, a única cadeira que nos daria a possibilidade de questionar, ou de pensar, é uma cadeira que para a grande maioria dos estudantes é "natimorta", a filosofia.
Os mestres fazem de conta que ensinam, os alunos que aprendem.
Por que professores iriam permitir alunos polêmicos, no real sentido da palavra, se não existe mais tempo, nem espaço para discussões que poderiam mudar alguma coisa?
Por que alunos quereriam entrar em choque com ideias pré-concebidas se é tão mais fácil, seguir as regras, tirar boas notas, pegar o canudo...E, depois, seguir...
Para entrar no mundo da filosofia, penso que, primeiro é preciso querer amar. Para amar há que se ter tempo, tempo para reciclarmos informações, conceitos...Tempo para termos coragem de quebrarmos o nosso molde e, começarmos tudo de novo.
Hoje fico por aqui!
Com amor para vcs
Fátima Alegretti
Fátima Alegretti
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