sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Sonhos
com os olhos arregalados esperando
pelo momento mágico, tudo era perfeito,
árvores , velas , enfeites e jingle - bells
embalando a noite.
Ele esperava um velhinho, de barbas
brancas e longas, de sorriso fácil, ouvia
seu irmão mais velho que lhe falava que
a barba era falsa e que o desmascararia
se as puxasse, mas ele não se importava,
podia ser seu pai, tio, ou até seu irmão,
nada estragaria aquele momento mágico.
Assim devem ser os sonhos, imbatíveis
como os de uma criança , que por mais
que tentem destruí-los, eles sobrevivem,
e apenas se fortalecem.
Tiago Camargo Alegretti -
Este texto foi escrito em 1997, quando o Tiago era um menino ainda...
Quero compartilhar com vcs desejando que em 2012 repensemos
nossos valores, que aprendamos a valorar a vida simples do dia a dia,
que as palavras amor, obrigado, respeito, educação, perdão, compreensão,
voltem a fazer parte de nossas vidas!
Um grande beijo a todos
Fatima
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
DEUS SEGUNDO SPINOZA
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Deus...
E senti isso enquanto caminhava pela rua e observava os seres humanos.
Lembrei-me da árvore e seus frutos, da imagem e semelhança e todas
as parábolas bíblicas de sermos filhos de um deus me vieram à cabeça.
Eu vagava pela rua e tristes seres passavam por mim.
Olhei meus semelhantes e percebi que estávamos muito longe de qualquer
tipo de semelhança com qualquer coisa que pudesse se assemelhar a um deus.
Rostos disformes, seres trôpegos, olhos perdidos, mentes vazias.
Busquei o vínculo, o liame que pudesse me levar a Ti.
Que divindade faria filhos assim?
Então, duvidei da Tua existência...
Francisca Inês
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Penso assim...
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega
mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta."
(Nelson Mandela)
Não estou usando este pensamento de Mandela para mostrar qualquer tipo de
conhecimento uso-o, somente, para poder dizer aquilo que penso e que se
fosse dito por mim, talvez não interessasse a ninguém, ou cairia no vazio...
Me parece que somos uma geração de repetidores, como eu gostaria que
fôssemos uma geração de pensadores!
Mas como poderemos mudar se não nos permitirmos???
Como poderemos mudar se não aprendermos a valorizar nossos pensamentos?
Não precisamos ser "Mandela", podemos ser "nós mesmos"...
Não é fácil, existe a resistência....a triste resistência do preconceito.
O preconceito que julga, que debocha, que limita, que se permite calar vozes
que poderiam semear amor!
Penso assim...
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Uma pequena história .
Era como se não existisse.
Com um lenço em cada mão, por mais que acenasse... ninguém o via ou lhe dava a menor atenção; inclusive as pessoas, por puro preconceito, o consideravam um ser desalmado.
Entre as crianças, corria a lenda de que ele se alimentava, unicamente, de fragmentos de estrelas.
Na verdade, ninguém nunca fez o menor esforço para se aproximar, para conhecê-lo melhor e, como se sabe, todo tipo de resistência, de rejeição e de discriminação tem sua origem na total falta de curiosidade e no absoluto desconhecimento do outro.
E foi ele, o menino, com ar de quem anda sonambulando em pleno dia que através de suas histórias inventadas o colocou pela primeira vez em contato com a poesia e em sintonia com o mundo... em sintonia com ele mesmo. Que o salvou da inexistência e lhe deu alma.
A poesia pura, cristalina como a água da fonte, que envolvia as fantásticas histórias inventadas e narradas a ele pelo menino, tirava-o, libertava-o, por alguns momentos que fosse, da sua tão dura e inexorável rotina.
Era um renascer a cada história.
O menino poeta, um repentista nato, além de ser seu arauto, seu rapsodo, era o único ser que o enxergava, que o via e que lhe dava atenção; mais ninguém.
Nem mesmo naquele triste dia, quando e finalmente entendeu por que o menino havia desaparecido, sem mesmo avisar.
Ao ver passar o pequeno cortejo fúnebre de pessoas humildes, cujo caixãozinho simples de madeira, talhado a mão, levava dentro uma criança, percebeu que se tratava do corpo do menino poeta.
O que ninguém imaginava, porque as pessoas de ordinário usam muito pouco a imaginação, era que o pequeno caixão carregava, não só o corpo de um poeta, mas um pedaço da alma daquele ser solitário, parado ali, a alguns metros da estrada, em silencioso desespero e a quem ninguém — mas ninguém, mesmo — prestava a menor atenção.
Nem mesmo às grossas lágrimas que lhe caiam pelo rosto e que por força do ofício ele não podia secar.
Maltrapilho, como sempre, e agora com a alma despedaçada, sua solidão de novo imensou-se... do tamanho do mundo!
Ali parado em meio ao descampado e de braços abertos, ele clamava, agora e mais do que nunca, por um abraço.
Tão grande quanto impiedosa... espantosa, isso sim, a solidão...
....do espantalho!
Carlos Grassioli.
Inverno de 2011.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Então por que não compartilharmos o amor, enquanto caminhamos?...
domingo, 9 de outubro de 2011
Decida!!
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Saber chegar...
Sei o ponto de partida...mas não sei o ponto de chegada.
Gosto de não pertencer a lugar algum, gosto de não ter pontos...mas, os tenho.
Sempre sei onde estou, embora nunca saiba para onde vou.
Me acho estranha, estranha de mim mesma.
E, paradoxalmente, me conheço como ninguém.
Tenho um pouco de tudo em mim.
Mas na grande maioria das vezes me sinto vazia...
Minha mente é lúcida, mas meus pensamentos tropeçam na minha sensatez.
Às vezes sou porto, noutras vezes partida.
Tenho uma vontade imensa de chegar!
Penso que chegar é como um basta!
Será? Será?
Com amor
Fatima
sábado, 24 de setembro de 2011
Com minha câmera escrevo textos da minha alma!
Prá vcs com amor
Fatima
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Quero-te livre
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Do que eu preciso me libertar...
"A lua nesse momento pede que você não faça de conta que não existem coisas que lhe incomodam e que dê atenção a esses pontos.
O sol na casa 1 lhe ajuda a ver as coisas com maior clareza, e a ter coragem de romper com hábitos, padrões, pensamentos, ou pessoas que não lhe servem mais."
Ah! Preciso de muuuita luz solar para ter coragem e clareza para fazer o que meu horóscopo me orienta!
Fiquei pensando que se não consigo me livrar de um monte de cacarecos, tipo, quadros velhos, telefones sem uso, carregadores de celulares, revistas antigas, fios, lembrançinhas de tudo o que é coisa etc..etc...Como vou poder romper com hábitos, pensamentos ou pessoas? ...isso é praticamente impossível para mim.
Passei muito tempo fazendo de conta que as coisas não me incomodavam, nisso evoluí, agora pelo menos já sei o que me incomoda...
E agora meu horóscopo diz prá eu romper com essas coisas...e pessoas!
Tenho um péssimo hábito de anotar tudo o que é coisa com medo de esquecer...queria me livrar disso...minha bolsa parece uma agenda, só que com folhas soltas, de todos os tamanhos e sem ordem alfabética...pode isso?
Eu acho que estou parecida com a minha bolsa!
Continuarei postando sobre isso...
Com amor
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Saudades...
“...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.
(“Mar sem fim”- Amyr Klink)
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
E, bem no fundo, o céu.
Quando me sinto arrebatado por um determinado tipo de poética, obrigo-me a concluir que sou uma pessoa antiga - principalmente quando ela remete a um imaginário fantástico de infância, mais ligado à terra e ao campo do que à grande cidade, que com seus paredões de cimento e ferro limita cada vez mais o olhar, o campo da visão e, principalmente, o da imaginação!
E é no imaginário da infância que eu encontro matéria-prima abundante para poesia. Onde encontro, por exemplo, como nas gravuras de Escher, intactos, ainda, pedacinhos de céu azul refletidos em pequenas poças de água da chuva, em meio à lama, que eu “desviava pra não desmanchar”
Sem luz elétrica, exceto alguns livrinhos de contos de fada, era o céu minha imensurável tela colorida que aguçava minha imaginação, então soberana. Dependendo da luminosidade, da hora do dia, sem maiores esforços e através de uma fabulosa arquitetura de nuvens, eu podia ver imensos castelos, palácios dourados, geleiras, desertos azulados, dragões e monstros de todos os tamanhos e formas, fadas, anjos, todos os animais, além de montanhas gigantescas entremeadas de explosões que variavam do púrpura ao violeta, como se eu estivesse assistindo ao nascimento do mundo.
Uma criança, sonâmbula, extremamente distraída , isso sim, que costumava tropeçar com freqüência por andar sempre olhando pros lado e que se interessava por coisas que normalmente não interessavam às demais crianças. O poço d’água ao lado de minha casa, por exemplo.
Conhecido na vizinhança como o poço mais fundo e que nunca secava, cuja água, além de cristalina, deixava os copos de vidro ou as canecas de alumínio suados de sua água geladinha, quando recém tirada pelo balde velho de latão, que fazia um ruído tal, ao descer destrambelhado, pois a manivela rodava solta até ele tocar na água, que servia de charada e que soava poético: “O que é, o que é que desce cantando e sobe chorando?”
Pra mim, constituía-se em motivo de grande satisfação ver, por exemplo, os caminhantes (muitas vezes ciganos) que com frequência, ao passar pela estrada diante da nossa casa, cansado e com calor, pediam um caneco d’água.
Era um espetáculo à parte, ao que eu assistia sempre como se fosse a primeira vez, desde o ruidoso descer do balde até a água ser sorvida pelo passante, que, ao bebê-la, deixava transparecer, por meio do ruído da água descendo pela garganta e escorrendo pelos lados da boca, o prazer único e inigualável da sede saciada. Invariavelmente terminava com um efusivo AAAHHH!... muuuuuito obrigaaaado!!!
Eu assistia sério e em silêncio, com os braços cruzados pra trás, e a sensação que eu sentia era de que meu pai ou minha mãe tinham salvado uma vida com aquele gesto, o que aumentava o seu tamanho e a grande admiração que eu sentia por eles.
Melancias, no verão, eram colocadas a resfriar dentro do poço, envoltas a um saco de algodão. E eu não saberia dizer se o prazer maior estava no ritual do fazê-las descer e subir, se na degustação ou simplesmente no fato de ver a melancia, suada, fresquinha, que, ao ser rachada ao meio, se abria num sensual degrade de cores que começava no verde da casca, depois se tornava branco, rosado, grená, para terminar num vermelho vivo, incomparável.
Tão fundos... tão profundos eram os poços de minha infância que suas profundezas ou profundidades se destacavam, também, pelo signo da tragédia, quando escolhidas pelas pessoas que preparavam nos silêncios de seus corações desesperados, como se fosse uma obra de arte, seu último ato, que, na calada da noite, culminava na queda derradeira e fatal, em direção à morte. Uma forma, talvez, de chegar mais rápido às estrelas, refletidas no fundo do poço.
Espiar pra dentro nem pensar: era território proibido pra nós, crianças; mas eu tanto insistia que minha mãe às vezes me segurava, me deixava olhar e eu ficava impressionado, tanto com o céu azul do dia refletido no fundo, como com o céu estrelado.
Nessas ocasiões, depois de ver, bem lá no fundo, o céu, eu pedia um caneco de água fresca; e o ritual do balde que descia “cantando e voltava chorando” era só pra mim.
De dia, a água, alem de geladinha, tinha gosto de azul... gosto de céu.
E, se de noite, eu fechava os olhos e ao bebê-la ficava imaginando as estrelinhas que passavam pela minha garganta, invadindo meu pequeno corpo de criança lunática.
Mais ou menos como o Arco-íris - que, segundo algumas lendas, bebe água de um lugar pra devolver em outro -, encerro este vôo poético à infância com a nítida sensação de ter bebido água de um tempo em que ela saía do chão e tê-la devolvido em outro, em que ela sai... “sabe-se lá de onde”, responderia uma criança de hoje... e com gosto de tudo, menos de azul,.. de céu .
Estrelinhas, então, nem pensar...
... nem imaginar!
Carlos Grassioli, praia da Gamboa
Inverno de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Viajante confesso.
E assim se passaram 11 anos... num sopro!
Eu estava em Paris quando, e por acaso, caiu em minhas mãos um pequeno (grande) livro, cujo título, “Vozes de Marrakesh”, me chamou a atenção, até porque eu já havia lido do mesmo autor – Elias Canetti – “Auto de Fé” (um dos romances mais fortes e impressionantes que li em toda minha vida).
“Vozes de Marrakesh” eu considero como um ponto de chegada e ao mesmo tempo um ponto de partida, quase um divisor de águas em minha vida. O efeito foi tão avassalador como o de uma droga forte, e tão logo terminei de ler, ali mesmo em Paris, sem medir qualquer conseqüência ou consultar alguém, fui à agência de viagem mais próxima e comprei uma passagem de avião para Marrakesh, para espanto do amigo que me hospedava, e meu espanto também. Uma dessas loucuras sanas, que a gente às vezes comete sem nunca se arrepender, antes pelo contrário: só fez reforçar minha eterna gratidão aos poetas e aos filósofos, esses visionários de todos os tempos que já me levaram a viajar fundo, profundo e tão longe, sem mesmo ter cruzado a porta do meu quarto.
Em Marrakesh fiz exatamente o mesmo roteiro descrito no livro, mas vivendo outra experiência, tão ou mais forte quanto foi a leitura do livro, resultando em mais uma daquelas viagens que com o passar dos anos volta ao mesmo plano de onde havia começado: ao plano dos sonhos. Muitas vezes chego até a duvidar que as tenha feito um dia.
Com suas fantásticas cidades imperiais e seus desertos, mais do que abrir as portas do oriente, o Marrocos, país que visitei diversas vezes, abriu as portas do mundo para mim. Desde então tenho visitado pelo menos um novo país a cada ano, e são a literatura e a minha inquietude, somadas à minha curiosidade nascente, que não me dão trégua (mas me dão régua e compasso, e não bengalas) e que me norteiam. É como se eu perseguisse uma linha, quase invisível, traçada sobre a areia - rastros indeléveis deixados pelos autores dos livros que leio -, e ao andar sobre ela experimento a indescritível sensação de estar trilhando o mesmo caminho... mas olhando com meus próprios olhos, sentindo com o meu próprio coração e, o mais importante, aproveitando esses momentos raros, de solidão essencial, quase cósmica, para uma leitura particular do mundo.
Uma experiência, uma aventura que aconselho, sem o menor vacilo, a todo aquele que, como eu, tenta, porque precisa e tem como primeira necessidade, diminuir, na medida do possível, sua infinita ignorância sobre a existência, sobre o mundo em que vive.
Só não aconselho ninguém a me seguir. Se viajar é preciso, na mesma medida o rumo do meu barco é – em e por princípio – impreciso, porque de meta indefinida. Está na eterna busca, não exatamente de uma direção, mas de um sentido. E a vela, de um furta-cor desbotado, sendo tecida de sonhos, livros e devaneios, é quase transparente, de tão frágil. Como a seda da asa da borboleta. Além de que o mastro, de natureza titubeante, carecendo de prumo, pendendo ora pra cá, ora pra lá, me obriga a um estar quase sempre à deriva. Um navegar solitário, meio à margem, à espera de bons ventos ou de bons livros, que muitas vezes, percebendo minha falta de tino, meu desatino, fazem a vez do destino, e por caminhos de águas desconhecidas ou ocultos desígnios me levam a atracar em portos distantes, dantes nunca imaginados. Ao pisar em terra desconhecida, mas firme, além de me sentir salvo é quando encontro algum sentido em fazer parte deste mundo.
Sempre um misto de susto e deslumbramento, que muitas vezes aponta para o mistério de nunca antes eu ter estado ali, mas também para a quase certeza do que vou ver ao dobrar a primeira esquina.
Talvez seja simplesmente o efeito do meu renascer a cada contato com uma verdadeira obra literária, cujos autores (raros), nunca modernos porque eternos, que escrevem por vocação e não por profissão, me levam a “reencarnar” em lugares onde já “vivi” através de suas preciosas obras.
“Atracar” em Marrakesh, como em Istambul, por exemplo, além da sensação de um misterioso “já vi”, foi como se tivesse caído dentro de um conto das mil e uma noites e destampado a lâmpada e libertando Aladim, o gênio, que em sinal de gratidão derramou o oriente aos meus pés.
Agora e mais uma vez, um bilhete aéreo na mão, os pés que são um leque, pronto para levantar âncoras e de novo me lançar.
O coração já bate diferente... no descompasso da espera.
Que bons ventos me levem!
Carlos Grassioli
Praia da Gamboa SC –Agosto de 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Repensando valores...e voltando atrás!
Num momento em que estava absolutamente certa de que
teria que parar um pouco de sorrir...
O sorrir para mim sempre foi uma reação espontânea e natural...
Mas, o tempo e as tristezas que eu sentia pelo não-entendimento
do outro foram me fazendo repensar...
E eu repensei muito sobre isso..
E estava absolutamente decidida a me conter...coisa estranha isso!
Eu nunca tive necessidade de demonstrar a minha dor, o meu
inconformismo,a minha ira etc...
Eu comecei a perceber que assim como muitas pessoas tem facilidade
para expor suas palavras cruéis, suas "brabezas", seus inconformismos
e são tachadas de verdadeiras, outras que tem facilidade para demonstrar sua alegria, suas palavras amenas são tidas como fingidas, hipócritas...
Quantas vezes no mundo, a grosseria, o ranço, as palavras cruéis são
recebidas como sinais de alguém que tem personalidade??
Quantas vezes ouvimos pessoas se vangloriarem de colocar para fora suas bestialidades e se dizer "sou verdadeiro porque digo o que penso"??
Quantas vezes o riso fácil, o amor transparente é tido como banal??
Quantas vezes desrespeitamos um abraço, uma batidinha no ombro, porque
já estipulamos que isso é uma reação fingida??
Não damos chance para o amor, não damos chance para o sorrir, perdemos o contato com a alegria...estamos deixando de lado nosso melhor lado!
Ah!
Abaixo posto o texto que recebi de um grande amigo que aprendeu a me amar, absolutamente como eu sou!!
Obrigada meu querido TC
Coisas que vou guardando, esse trecho eu tirei do livro que Fraçois Sagan escreveu sobre Sarah Bernhardt uma atriz famosa do fim do século 19 início do sec 20.
Um tema de reflexão sobre a importância do riso.
"Quantas vezes tentei, no exato instante em que os acessos ameaçavam me dominar, conter essa maldição com pensamentos sérios, angustiados!Nada funcionou, nunca; o riso tomou posse do meu corpo durante toda a vida, como o mais hábil amante jamais foi capaz de fazer...No entanto, esse inimigo de minha vida prática talvez também tenha sido meu amigo mais querido. É possível sentir raiva de um inimigo que nos deixa tão deliciosamente vazios, felizes, que nos transporta mil léguas além de qualquer nuvem ou preocupação, mesmo que elas existam e que estejam engatilhadas como revólveres? O riso é a armadura mágica contra os obuses, os ferimentos as armas da desgraça e de nossa própria personalidade." ( Franclois Sagan/Sarah Bernhardt)
Bj
TC
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Cantiga para acordar em “si”, ou vida de cachorro
Na janela gotas de orvalho riscam o vidro.
É cedo, é frio. É inverno!
Uma mão puxa o edredon de volta, até o nariz. Só mais um pouquinho.
Já acordado. Um leve vapor sobe do mar, uma névoa láctea. O céu, azul claro, com rabiscos rosa-pastel , pintados por alguma criança.
O sol, sem bater ou pedir licença, entra pela porta e pelas janelas, esparramando-se pelo chão da sala, alcançando a cozinha, as cadeiras, subindo pela mesa, pela bacia de frutas, pelo cesto de pão, pela xícara. A cafeteira fumegando e o perfume inconfundível de café recém feito.
Com a gravidade que o momento requer, celebro calmamente, mais uma missa particular em intenção de mim mesmo. Por isso, só por isso, neste momento a felicidade é dona da casa.
Em seguida, animal doméstico que sou, cão de estimação de mim mesmo, satisfeito com meu dono, procuro o velho tapete na soleira, enrosco-me todo, no deleite do meu próprio aconchego, cabeça encostando no rabo, com um único e exclusivo interesse: o meu próprio cheiro.
Se por acaso perguntarem se o dono da casa está, por favor, alguém responda por mim.
Falem como o povo aqui da GAmboa;
Tá ma saiu!
Carlos Grassioli
terça-feira, 26 de julho de 2011
Um pequeno desabafo...
Numa reunião de pais numa tarde, dois negros conversando de um terceiro que eles não aprovavam a conduta, um deles disse:
“Eu detesto negro burro”!
E, o outro respondeu: “É isso aí, negro bom não se mistura!”
Isso já faz algum tempo, mas não me sai da memória!
Como podemos, enquanto civilização humana, criar preconceitos tão perversos, tão desumanos,tão tristes…?
Preconceitos que atingem a própria dignidade de toda a raça humana. Que é injetado na mente dos próprios seres sofredores destas discriminações brutais e dolorosas.
E, todos nós, de uma maneira ou de outro, independente de partidos, de classe social, somos responsável por este triste sentimento humano.
Isso é sério, muito sério e precisa ser encarado de frente, entendido, e de alguma maneira resolvido, já estamos em 2011…incrível que ainda tenhamos este tipo de pensar!
Quem sabe um bom começo seria observar nossas próprias mentes e atitudes?
Quem sabe, ao invés de culparmos governos e papas, não seria de melhor valia, observarmos nosso coração?
Quem sabe deixarmos de ser homem, mulher, deficiente, negro, branco, menino de rua, judeu etc…para sermos simplesmente seres humanos?
Por que é o que somos!
Quem sabe apenas um pouco mais de AMOR? Tão simples…
Fátima
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Poder dizer que te amo...
A vida separa caminhos, em instantes, sem perguntas.
Levastes um pouco de minha lucidez.
Ou...talvez pior, bastante da minha loucura.
Não te quis meu, deixei-te para a vida.
Fomos pequenos momentos...e isso precisa bastar.
Na nossa arrogância humana, por vezes cremos na eternidade,
cremos na continuidade, no poder de nossas vontades.
A passos largos galgamos trechos vazios, certos de uma
concretude de poder...
Ah! Que vã prepotência...
Quisera ter o poder de estar contigo no agora.
Quisera ter o poder de amassar a distância que nos separa.
Quisera poder misturar nossas mentes como outrora...
Para um grande amigo
Francisca Inês
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Para pensar...
Nunca digam – "Isso é natural!"
Diante dos acontecimentos de cada dia, numa época em que reina a confusão, em que corre sangue, em que se ordena a desordem, em que o arbítrio tem força de lei, em que a humanidade se desumaniza, nunca digam – "Isso é natural!"
Estranhem o que não for estranho. Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso, mas não se esqueçam de que o abuso é, sempre, a regra. Desconfiem do mais trivial, na aparência singelo.
Examinem o que parece habitual.
Suplicamos, expressamente: não aceitem o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar."
Bertold Brecht (1898-1956) - poeta e dramaturgo alemão.
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domingo, 10 de julho de 2011
Meus versos guardados
de crenças, quereres, muito gostar.
Sou feita de pouco ódio,
pouca raiva, pouco rancor.
Sou simplesmente assim.
Pouco polêmica...como as cores,
que só surpreendem, quando se misturam.
Sou feita de mim...de meu pensar
e, nada mais.
Com amor para vcs!
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Fazendo versos...
apenas por gostar...
O fogo quente, amarelo e crepitante
traz estalos ao silêncio da alegria.
O sol temeroso e tímido
se aventura pelos vidros da janela.
Há paz naquele momento solitário.
O amanhã virá...
e, será apenas mais um dia.
domingo, 3 de julho de 2011
Quebrando vidraças
(Martin Luther King)
A respeito de um dos meus últimos escritos, uma sobrinha me surpreendeu com uma expressão que me fez refletir sobre o que eu havia escrito. Mais especificamente, sobre um tipo silêncio que eu abordo nesse texto. O "Silêncio das palavras não ditas e que causa desconforto”. A expressão que ela usou foi: "De forma até suave, mas você acaba quebrando vidraças".
Reli aquele parágrafo e imediatamente decidi tentar encontrar “o fio da meada”, onde aquele tipo de reflexão havia começado, porque eu tinha certeza de que estava ligado a alguma vivência de viagem e que havia mexido muito comigo. Não precisei pensar muito: bastou ler a manchete de hoje “Mais um trabalhador rural é assassinado no Pará, o quinto, já, em menos de um mês”. Quando dei por conta, estava na Bélgica de novo.
Foi no ano passado, quando eu andava pelas ruas de Bruxelas e avistei um grande largo ocupado unicamente por várias e imensas esculturas, de torsos humanos de aproximadamente 2ms de altura, todas iguais, expostas como que em fila indiana. Curioso, fui me aproximando e na medida em que chegava mais perto fui sendo invadido por uma forte e estranha sensação. Quando finalmente atingi o largo, percebi que os rostos, alem da expressão neutra, todos ostentavam mordaças sobre as bocas.
Nunca tinha visto uma exposição daquela dimensão num espaço público e de tamanho impacto! Jamais vou esquecer, antes mesmo de saber o tema da exposição, a sensação que eu já sentia. Remetia ao título: "OS SILÊNCIOS DE TODOS NÓS". As únicas palavras escritas, em todo o espaço, absolutamente suficientes e até dispensáveis.
Embora sugerisse meditação, mas muito mais reflexão, não era nada zen, esotérico ou místico.
As pessoas circulavam entre as esculturas no mais absoluto silêncio e com expressão grave, séria; nem mesmo uma insinuação de riso, como se estivessem caminhando dentro de um templo... ou num cemitério. Até as crianças correspondiam à seriedade dos adultos.
Tão forte foi o impacto pra mim que num determinado momento era como se aquelas imensas esculturas, numa estranha cena de cinema mudo, começassem a se movimentar, em procissão absolutamente silenciosa.
Lembrei-me, de imediato — e não saberia explicar como e por quê —, da música e de toda a letra de “Rosa de Hiroshima”, gravada por Ney Matogrosso.
Aquelas bocas amordaçadas, sim, quebravam vidraças. As vidraças do mundo.
E me remeteram aos mais diversos tipos de silêncios nefastos, como o das palavras não ditas, que todos conhecemos, porque o vivenciamos não só no âmbito privado, como no social, mas, e sobretudo, aos piores silêncios: ao silencio criminoso da indiferença, do “quem cala consente”; e ao silêncio imposto pelo medo, pela opressão.
Era de manhã e eu tinha ainda um bom tempo para curtir a cidade, mas decidi ir direto à estação, onde fiquei horas, sentado num banco esperando o trem e refletindo sobre a exposição e sobre o forte impacto que ela causou sobre mim.
Fiquei pensando na importância da arte, da universalidade da arte, sobretudo quando ela dispensa absolutamente a palavra. Não precisa de legenda.
Aquela fantástica obra, na sua unidade, abarcava, para mim, a totalidade do mundo. Os silêncios do mundo.
Sobre a fome e a miséria, por exemplo! Pensei o quanto seria importante se essa obra circulasse e fosse instalada, na calada da noite, em meio aos centros financeiros do mundo ou em meio aos bairros mais ricos onde vive, encastelada e absolutamente indiferente ao que acontece fora de seus condomínios luxuosos e fechados, uma ínfima parcela da população mundial, e que concentra em suas mãos quase toda a riqueza do mundo.
Desde o momento em que deixei aquele largo em Bruxelas, e até chegar em casa, em Paris, eu não me lembro de ter visto ou sentido coisa alguma, nem os campos, nem a paisagem humana que me cercava, nem seus sons.
Todo o meu espaço visual e sonoro fora invadido por aquelas esculturas e seus ruidosos silêncios, e que hoje me remeteram a um silêncio específico.
O silêncio de todos nós, brasileiros, diante dessa triste e trágica realidade relacionada à posse da terra, que não mudou desde que esse Brasil é Brasil e que confere aos “senhores feudais” o perpétuo direito de propriedade de uma terra encharcada de suor e sangue. Sob o aspecto da posse e uso da terra, sai governo, entra governo e o Brasil, enquanto nação, não sai da Idade Média.
Que vergonha!
Carlos Grassioli
–
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Fazendo versos...
Houve tempos de temporais,
de sonhos desfeitos,
de intrépidas manhãs e
"assustantes" anoitecer.
Tempos de sentir frios,
calafrios de desamor.
Onde o olhar órfão
percorria o estar vazio.
Tempos de solidão não-querida,
de alma perdida,
de incrédulos acordar.
Um pouco de mim prá vcs!
Fatima
domingo, 19 de junho de 2011
Página Molhada.
preguiçosa: eis a vida ideal”
Mark Twain
Que Bom seria se fosse o livro o meu ofício!
Mas eu me contento com o vício!
E degusto, mais do que leio, “Jó - Romance de um homem simples”. De Joseph Roth, ( Cia das Letras), não por acaso, contemporâneo de Kafka e Proust.
Intenso, profundo, moderno. Escrito com a precisão e o requinte do bom ourives da palavra. De um pintor de palavras Em cada uma, um significado, uma cor, uma música diferente. Momentos de beleza e tristeza, infinitas. Nunca essa rima foi tão perfeita.
Chove! Chove muito, torrencialmente, há dias, há séculos,sem parar!
Então eu aproveito neste momento, a bênção de estar na minha pequena , simples mas acolhedora casa, meu refúgio, meu reino pessoal, de ter em mãos um livro tão precioso, de estar de bem comigo, com a vida, com minha solidão e de ter a minha disposição , essa máquina de escrever melhorada que é meu computador.
E de ter o privilégio de abrigar no coração, o sentimento da verdadeira amizade e a certeza da correspondência.
As vezes, com tão pouco, com duas folhas de couve, uma farinhazinha, um naco te toucinho, um foguinho crepitando, a panelinha de barro e pronto, tá feito o caldo que ao sorvermos, quentinho e saboroso, além do conforto, pode nos levar a um instante de profunda gratidão.
De quase oração!
Eu sei que a vida não é assim. Eu não sou assim....mas neste instante, eu e a vida, estamos assim...
E a fim de dividir esta cumbuca de caldo, este caco de prosa, com quem sabe, mais do que apreciar, sorver!
E deixar chover.
Às vezes...
é tão bom viver!
Carlos Grassioli
terça-feira, 14 de junho de 2011
Aos algozes da Arte
altivos em suas atrocidades, patéticos em seus
objetivos nem sempre claros, mas sempre ferrenhos.
Um brinde aos algozes da arte , excelentes
depreciadores, com suas críticas mal embasadas,
cheirando à falta de pudor, encobertos pelos negros véus
de suas tiranas intelectualidades...
Ditadores de caminho, sem o sabor do peregrinar...
Nos seus camarotes acolchoados por seus egos e infantis
seguidores, sinalizam diretrizes,corrompem opiniões,
decretam seus dogmas de barro!
Um brinde aos que sufocam mentes brilhantes, aos que secam
criações, aos que nada vêem, aos que nada fazem...
Aos que tudo sabem!
Francisca Ines
terça-feira, 7 de junho de 2011
Grand Finale
Como se ao desprenderem-se dos galhos, aproveitassem, ainda, um último sopro de vida , para experimentar um tipo de liberdade até então desconhecida.
Assim, dançando e até esvoaçando um pouco, seguem no seu derradeiro bailado, ao sabor do vento, da brisa, até o último suspiro, quando, finalmente,e definitivamente se despedem da vida para se deitarem,
delicadamente no chão.
Carlos Grassioli
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Os Dois Lados Da Vida
um sorriso surgiu assim aflito no meu semblante.
De repente vi que era bom ter um chuveiro de onde a água caísse ao
abrir uma torneira, e ao abrir duas as águas se unissem para se entenderem antes de chegarem ao meu corpo.
E que eu tivesse o controle disso, deixava-me uma sensação de onipresença que me levava ao já citado gesto de sorrir feito boba.
E sorrindo ainda, os olhos fechados para melhor sentir-me, esticava a mão para o sabonete, achando bom ter um sabonete à mão, o xampu, a escova para as costas, tudo ali a me gratificar o momento único, eu me dando conta de que ter um chuveiro era ser o orquestrador de uma chuva excepcional, um emulador de São Pedro.
Enquanto durava esse momento de fuga de tudo que não fosse água ou umidade, de tudo que se aproximasse à secura áspera do verão, dentro de mim um canto se fazia, um canto querendo se acompassar ao repicar da água, em harmônico dueto.
Uma cortina servia de anteparo entre a sofreguidão do corpo e a placidez dos objetos lá fora, em servidão.
Tirzar Ribeiro, escritora, nasceu em Ribeirão Preto – SP.
Entrelinhas / aBrace Editora / Uruguay
segunda-feira, 30 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
*"Eu quero ir, minha gente..."
Não fui feita à "imagem e semelhança".
Sou um estranho no ninho de tantos ninhos estranhos.
De tantos feitos à "imagem e semelhança".
Eu não tenho nada.
Vejo imagens tortas, sombrias, embrutecidas...
Semelhanças grotescas, vazias, esfaceladas.
Tudo sem riso...e, eu só quero ver Irene rir.
Francisca Inês
*Titulo tirado da musica de Caetano Veloso "Irene".
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Mar ritmos
A ver navios
Como são grandes os navios que passam lá longe, na linha do horizonte...
E que vejo daqui...
Mas todos cabem em qualquer um dos pequenos caixilhos da grande janela da minha casa e que dá pro mar. ..
Céus, como demoram, para cruzar de um caixilho a outro!
A ver vazios
São todos brancos e grandes os navios que passam lá longe, na linha do horizonte.
Embora tão sólidos e navegando sem afastar-se um grau de seu rumo, não levam nada ...
Nem ninguém!
Porque vêm de nenhum lugar e vão pra lugar nenhum.
Por isso, também, nunca voltam.
Nem fumaça... nem apito.
Navios fantasmas que carregam os vazios do mundo.
Carlos grassioli, Praia da Gamboa /SC, outono de 2010.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
* "Verde que te quero verde."
Estou no parque no “meu paraíso” e vou postar aquilo que vem vindo à cabeça...
Como um exercício mesmo!
As folhas tem cores diversas, delicados matizes de verde. São perenes, gosto de suas formas lindas, exóticas e paradas...
Não tem proteção, estão absolutamente abertas a tudo, a todo ser vivente...
Vejo borboletas, assim como vejo lagartas...a vida em real manifesto.
Hoje em especial, folhas, verdes, inércia , como se nada ou tudo importasse.
Essa paragem lembra-me a solidão, às vezes aconchega, às vezes assusta.
Estão absurdamente paradas, como mortas...E, percebo a leveza de seu silêncio, interrompido algumas vezes, por um canto silencioso de um pássaro...que hoje, também especialmente, resolveu se aquietar!
*Este título foi tirado de uma poesia de Federico Garcia Lorca - Poeta Espanhol, morto em 1936.
Garcia Lorca foi preso e morto com um tiro na nuca. O deputado católico direitista que o prendeu, justificou sua prisão sob a alegação de que ele era "mais perigoso com a caneta do que com o revólver."
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Kafka..
terça-feira, 26 de abril de 2011
Apenas prá lembrar...
Antoine de Saint-Exupéry
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Aqui começa a diferença...
Já vi em algumas escolas a frase: "Aqui começa a diferença".
Nunca entendi bem...
Somos todos diferentes: somos homens, mulheres, negros, asiáticos, judeus, meninos de rua, mães solteiras, gays, brancos...
Queremos mesmas oportunidades? Devemos buscar respeitando nossas diferenças.
Queremos ser iguais perante à lei? Devemos, primeiramente, exigir respeito às nossas diferenças.
Muitas vezes, vejo mulheres se deformando em busca de uma força, na esperança de ser igual, igual a quê? Vejo gays sofrendo, por terem escolha sexual diferente?! Vejo crianças negras sendo preteridas por sua cor, e assim, querendo ter outra cor...
Mães solteiras marginalizadas, matando seus filhos para terem alguma oportunidade, para se tornarem iguais!
A almejada igualdade é ter as mesmas oportunidades que um homem, branco e hetero tem?
Vejo o atual homem, hetero e branco, perdido, sem saber o que fazer com um mito de perfeição que lhe foi imputado, pela história.
Para se ser igual, temos que ter algo, que pelo menos tenha dado certo, para que possamos almejar, para que valha a pena nossa transformação...
Eu gostaria de viver o dia, em que diferenças, ao invés de fechar espaços, ao invés de criar desigualdades sociais, fossem a fonte, o nascedouro de oportunidades, respeito, amor.
Em que fôssemos absolutamente respeitados pelas nossas diferenças, fossem elas algo que nos trouxesse eficiência, fossem elas algo que nos trouxesse dificuldade, na difícil arte de viver!
Esse texto, dedico com amor, aos que, como eu, souberam buscar, na diferença, a dignidade de viver!
Francisca Inês
terça-feira, 5 de abril de 2011
Não tenho nada a dizer...
Não tenho nada a dizer...
Não tenho nada a dizer...
Não tenho nada a dizer...
Não tenho nada a dizer...
Não tenho nada a dizer...
Não tenho, realmente nada a dizer...
Portanto, nada a escrever...
Só tenho lágrimas, que por tão sem sentido,
não deixam marcas na areia.
quinta-feira, 31 de março de 2011
O menino cuidador de plantas.
O menino cuidador de plantas que, por minutos, fez parte da minha história...
No silêncio, a lembrança do amor com que generosamente me ofertaste a plantinha que cuidavas.
Nas minhas noites insones, como a de hoje, teu gesto será um alento.
Teu olhinho, uma luzinha, que indicará a possibilidade de um poder haver.
Então, eu posso dormir...
quarta-feira, 23 de março de 2011
Olho mágico.
... e aquele pequeno barco vazio, com dois remos, um de cada lado, metade sobre a areia , metade sobre a superfície da água, ali, à deriva, tendo como pano de fundo, em azuis distintos, mar e céu.
Parecia uma janela.
Nem parecia uma pintura a óleo, tão bela, tão real era a grande tela que ocupava toda uma parede do pequeno quarto de hotel, daquela grande metrópole armada em cimento e ferro.
Acordei naquela manhã , com sede de espaço... de infinito.
E a tela, o pequeno barco , o mar e o céu, a imensidão em dois azuis , ao fundo, ocupavam todo meu campo de visão.
Era pegar ou largar!
Sem vacilar e remando com toda a calma de outro mundo, entrei quadro, mar e infinito a dentro.
Carlos Grassioli,
segunda-feira, 14 de março de 2011
E, o mundo está só.
Pensando-se senhor de si e do mundo, percorre "mares nunca dantes navegados".
Assimila o poder de ser e ter.
O poder sobre a vida no mundo lhe dá a onisciência, e sobre a morte, a onipotência.
E, embaixo de seus olhos, o mundo reage, compelido por longas horas
de solidão, esgarça a terra, alimenta vulcões, queima florestas.
O homem continua impávido. E, o mundo está só.
Francisca Inês
terça-feira, 1 de março de 2011
DESTINO
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
A arte da leitura - cont.
Fiquei tateando o universo, cega, surda, absolutamente dormente de meus sentidos...
Conheci o vácuo, a aspereza de se estar aqui e ter que ficar!
Estava cheia de "verdades", de certezas, de imutabilidade.
Somos formados assim!
Nas escolas, nossa alfabetização é direcionada a moldar. Aprendemos, principalmente, a sermos massa fácil de se moldar...
Muito mais fácil para quem molda, nossos professores e, muito mais cômodo para nós, os moldados.
Na faculdade, direcionada a transmitir "verdades imutáveis" e principalmente, inquestionáveis, a única cadeira que nos daria a possibilidade de questionar, ou de pensar, é uma cadeira que para a grande maioria dos estudantes é "natimorta", a filosofia.
Os mestres fazem de conta que ensinam, os alunos que aprendem.
Por que professores iriam permitir alunos polêmicos, no real sentido da palavra, se não existe mais tempo, nem espaço para discussões que poderiam mudar alguma coisa?
Por que alunos quereriam entrar em choque com ideias pré-concebidas se é tão mais fácil, seguir as regras, tirar boas notas, pegar o canudo...E, depois, seguir...
Para entrar no mundo da filosofia, penso que, primeiro é preciso querer amar. Para amar há que se ter tempo, tempo para reciclarmos informações, conceitos...Tempo para termos coragem de quebrarmos o nosso molde e, começarmos tudo de novo.
Hoje fico por aqui!
Com amor para vcs
Fátima Alegretti
Fátima Alegretti
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
A arte da leitura...
No Direito, como advogados, acreditamos que devemos saber escrever, expor bem claramente nossas ideias e, principalmente, encontrar uma maneira de convencer, através da escrita, o nosso alvo principal de que temos razão, o Juiz!
Normalmente é o que ocorre em todas as profissões, estamos sempre tentando convencer alguém de alguma coisa... Arquitetos tentam convencer de que podem fazer o belo, fisioterapeutas de que sabem manejar um corpo, médicos tentando convencer seus pacientes de que podem com algo, sobre o qual, não possuem o mínimo poder...A vida.
Nossa leitura, então, torna-se direcionada à convencer, lemos para convencer.
Lemos para convencer de que sabemos, de que conhecemos, de que somos eruditos e assim, a leitura passa de um fim em si, para um meio...
Num país capenga em sabedoria, não fica tão difícil enquadrar-se no status de intelectual ou (e) erudito, basta, na grande maioria das vezes, citar alguns nomes clichês, ler ou dizer que leu alguns escritores "polêmicos", detestar outros, que são detestados pela intelectualidade do país e pronto!
Ouço muito falar da arte da escrita, mas pouco se fala da arte da leitura...
Saber ler é uma arte, pouco conhecida, pouco difundida e muito mal entendida.
Fátima Alegretti
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Cronicamente musical
Carlos Grassioli.